sábado, 4 de abril de 2020

Santa Dulce dos Pobres: anjo bom da Bahia e do Brasil que viu, sentiu compaixão e cuidou do Cristo pobre e marginalizado


A compaixão é o sentimento que nos lança ao encontro do outro e permite-nos sentir e compartilhar as dores e tristezas do irmão, tornando o seu sofrimento menos pesado e minimizando a sua infelicidade. Ora, compaixão é sinônimo  de altruísmo. A caridade e atenção para com a dor alheia nos faz reconhecer-nos como filhos(as) de Deus e por isso, irmãos e irmãs de todos. Assim sendo, temos a responsabilidade de cuidar um do outro, pois somos filhos(as) do mesmo Pai Eterno que a tudo e todos criou com imensurável amor.
Santa Dulce dos Pobres é modelo, é exemplo de compaixão. No seu trabalho apostólico junto a população empobrecidade da cidade de Salvador-BA, muitas foram as ocasiões em que identificamos o ver, o sentir compaixão e o cuidado que a freirinha baiana tinha para com aquelas pessoas pobres, enfermas e marginalizadas. Como ela própria dizia: "Aquele  que bate à nossa porta, em busca de conforto para a sua dor, para o seu sofrimento é um outro Cristo que nos procura." Portanto, aqui é revelada a mística de Santa Dulce dos Pobres. Ela cuidava dos enfermos e empobrecidos, pois enxergava em cada um deles a imagem do próprio Cristo. Assim, tudo que ela fazia a eles era como se estivesse fazendo ao próprio Cristo. Sempre orientava às suas filhas espirituais, as Irmãs Filhas de Maria Servas dos Pobres, que sempre quando atendesse uma pessoa empobrecida que visse nela a pessoa de Jesus Cristo, nosso esposo celestial. Assim ela dizia: "Se a gente ama a Deus como Ele deve ser amado, então a gente faz tudo por Ele, ou seja, por aquele que representa Deus: o pobre, o carente, o necessitado."
A virtude da caridade potencializa a dimensão do cuidado, pois, a pessoa caridosa de uma forma espontânea cuida dos outros com zelo e responsabilidade, sentindo-se responsáveis pela suas vidas, de modo a traduzir o amor em gestos concretos de cuidados para com o próximo. A Santa Dulce dos Pobres viveu isso com autencidade, pois, em toda a sua vida, ver-se o quanto ela cuidou daqueles que estavam à sua volta, cuidando-os na sua totalidade, a saber:
• Da dimensão física: oferecendo aos irmãos e irmãs o cuidado necessário para com o corpo em suas necessidades de alimentação, moradia, saúde , etc.
• Na dimensão espiritual: cuidando da vida espiritual das pessoas, rezando por elas e preocupando-se que todos os assistidos pudessem ter um encontro com a pessoa de Jesus, fazendo momentos de evangelização e catequização, sobretudo para as crianças e as famílias das favelas e periferias da cidade de Salvador e adjacências.
• Na dimensão intelectual: cuidando da educação das crianças e adultos, sempre os incentivando para que pudessem desenvolver seus talentos e dons no âmbito profissional.
• Na dimensão psíquica e afetiva: sendo para os irmãos e irmãs uma presença maternal. 
Logo, Santa Dulce compreendia que: "Se o pobre representa a imagem de Deus, então nunca é demais o que fazemos pelos pobres." Desta forma ela nos ensina que ser filhos(as) de Deus sendo irmãos(as) de todos é assumir o compromisso de anunciar o Reino de Deus presente no mundo, de modo a valorizar e devolver a dignidade humana àqueles que são marginalizados. Santa Dulce, através da oração, cultivava uma intimidade com o Pai com vistas a manter uma fraternal relação com o próximo, tendo o olhar sensível às necessidades daqueles que estavam ao seu redor, reconhecendo-os como irmãos e irmãs, filhos(as) do mesmo Pai. 
Verifica-se que Santa Dulce encarnou na sua vida o que nos ensina Jesus na parábola do Bom Samaritano (cf. Lc 10, 25-37). A caridade para Santa Dulce mais do que dar coisas era dar-se aos irmãos(as), doar-se a ponto de esquecer-se de si mesma para colocar-se à disposição do outro. Como o Bom Samaritano, ela servia a todos sem distinção e, assim, testemunhava que ser Cristão é viver como o próprio Cristo vivia.Desde modo ela afirmava: "o importante é o amor, a caridade. Não apenas a esmola, mas a caridade de uma pessoa pela outra, sem distinção. Em parte, a ajuda a resolver o problema, mas todos devem se ajudar reciprocamente. Aqui no nosso centro não nos limitamos a dar esmolas, mas nos esforçamos para oferecer às pessoas a possibilidade de melhorarem de vida. Se houvesse mais amor o mundo seria outro; se nós amássemos mais, haveria menos guerra. Tudo está resumido: dê o máximo de si em favor do seu irmão, e assim haverá paz na terra." Assim, observa-se que Santa Dulce dos Pobres era uma pessoa altruísta e que sentia compaixão para com o próximo sem distinção, pois ela enxergava em cada pessoa que ia ao seu encontro a imagem de Cristo, nosso salvador. 

   

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