Sou Irmã Maria Gorette da Silva, tenho 66 anos de idade e 36 anos de vida Consagrada. Sou do município de Lagoa Nova, Rio Grande do Norte. Eu ouvir falar sobre Irmã Dulce no programa Caso Verdade (Programa de TV que divulgava o trabalho da freira baiana e, assim, obtinha de todo Brasil, muitas doações para manter as Obras Sociais).
Em 23 de novembro de 1983 cheguei a Salvador para encontrar-me com Irmã Dulce e, assim, dá início à minha experiência de voluntária no Hospital Santo Antônio. Antes, eu tinha enviado uma carta para Irmã Dulce, relatando o meu desejo de compartilhar da missão de serviço aos pobres mais carentes da sociedade. Além disso, eu também aspirava viver a Vida Consagrada. Eu havia feito uma experiência vocacional em uma Congregação existente na minha cidade natal. Mas fui convidada a sair da Congregação porque quebrei um dos braços e fui tida como uma pessoa deficiente (naquela época, na congregação em que eu fiz a experiência vocacional, as jovens não podiam apresentar nenhuma limitação física para entrar ou permanecer no convento); por isso fui mandada embora.
Contudo, desejosa de dar continuidade a minha caminhada vocacional, decidi viajar para a Bahia e ver mais de perto o trabalho e missão de Irmã Dulce. Ao chegar no Hospital Santo Antônio, me deparei com uma cena inesperada: uma multidão de pessoas carentes (pobres) rodeava Irmã Dulce. Naquele momento, era quase impossível chegar até ela. Fiquei muito triste, desanimada e pensei comigo: A Irmã Dulce nem me deu atenção, amanhã mesmo volto para casa... Comentei esse pensamento com algumas voluntárias das Obras Sociais e uma delas me disse: Certamente Gorette, Irmã Dulce pensou que tu eras um dos pobres que teria ido pedir ajuda. Fiquei muito pensativa..., e o desejo de voltar para minha casa imperava. Mas, esta ideia logo foi desfeita quando Irmã Dulce chegou na sala onde eu estava e se dirigiu a mim dizendo: Você é Gorette, a moça que veio do Rio Grande do Norte? Minha filha, seja bem vinda, o trabalho é difícil, mas estamos aqui para salvar almas. Neste momento uma grande alegria invadiu o meu coração, e, a partir daquela hora, esqueci o plano de voltar para casa.
Certo dia, irmã Dulce partilhou comigo e outra irmã de caminhada que, nós fomos um grande presente de Deus para ela, porque há muito tempo ela vinha pedindo ao Santo Espírito de Deus pessoas que pudessem se dedicar ao trabalho com os pobres, porque as atividades, com o passar do tempo, cresciam, constantemente. Ela precisava de voluntários que além de dar uma ajuda braçal pudessem também trabalhar para levar aquelas almas para Deus. Ela desejava de pessoas que cuidassem do corpo, mas também pudessem cuidar da alma daqueles pobres.
Daí surgiu a nossa Associação
(atual Instituto) das Irmãs Filhas de Maria Servas dos Pobres. Depois de rezar
muito, irmã Dulce decidiu fundar a nossa associação para amar e servir a Deus
na pessoa dos Pobres. Assim, no primeiro momento fiquei com outra jovem morando
no Hospital Santo Antônio. A nossa
rotina não era nada fácil. Alem de trabalharmos muito sofríamos muitas humilhações e perseguições por conta do
desejo de compartilhar da missão de Irmã Dulce e de viver uma vida de
intimidade com o Mestre. Irmã Dulce sempre nos pedia que tivéssemos muita
paciência. E em suas orações ela
implorava ao Espírito Santo ajuda para resolver tudo com sabedoria e
prudência.
Em 17 de Janeiro de
1984, Irmã Dulce levou: eu, Ir. Aurinete e Ir. Josefa Dulce para o Convento
construído dentro do Centro Educacional Santo Antônio na cidade de Simões
Filho-BA, que na época funcionava como orfanato. Esta foi a feliz data da
fundação de nosso Instituto.
Sou muito feliz por
ter conhecido irmã Dulce e minha vocação se deve muito às crianças do orfanato
Santo Antônio. Quando, às vezes, eu
desanimava e queria deixar tudo; olhando para os rostinhos daquelas crianças
tão vulneráveis eu pensava... não senhor, não posso deixar a missão que o
senhor me confiou de cuidar dessas crianças. Tenho que ajudar irmã Dulce. Então
eu me fortalecia na oração e continuava a missão.
Um conselho que a
Irmã Dulce deu que nunca esqueci foi a sua última fala antes de sua páscoa,
isto é, de sua passagem definitiva para o Reino celestial. Ela se encontrava no
hospital, eu fui visitá-la, então ela deu o seguinte aconselhamento: “Minha
filha, você vai passar por muitas dificuldades. Coragem! Não desista da Vida
Consagrada. Vale apena viver a serviço do Reino de Deus.”
Lindo testemunho! Ir. Gorete sabe viver e amar como fez Irmã Dulce pois tem nela o exemplo próximo, assim como todas as irmãs deste Instituto, buscam e reproduz o amor vivido por sua fundadora!!!
ResponderExcluirAmém! Santa Dulce dos pobres, rogai por nós.
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